quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tecnologia rompe limites de livros e lousas



Um corpo humano, semidissecado, flutua na lousa em cores vivas. Com um toque de dedo, o professor, atento à reação dos alunos, abre a cavidade torácica e expõe o coração, que bate com vigor. O som das batidas estremece a sala. Vários olhinhos atentos acompanham o fluxo de sangue pelo corpo até chegar ao cérebro.

O que parece um conto de ficção científica dos anos 1950 digno de Isaac Asimov nada mais é do que a realidade do ensino em algumas escolas hoje. A aula descrita acima acontece regularmente no Colégio São Luís, tradicional escola católica de São Paulo. (...)

Em Joinville, (foto acima) os alunos da escola municipal CAIC Mariano Costa soltam o verbo e registram tudo no PC, fazendo um podcast sobre o que rola no colégio e no mundo. A professora, em vez de reprimir, conduz o processo, ensinando os alunos a operar softwares de áudio e garantindo a cooperação entre eles. Nenhuma palavra é dita ao acaso, tudo segue um cuidadoso projeto pedagógico.

A sacada hoje é aplicar o poder da tecnologia para amplificar a experiência de ensino. Em vez de dar aulas de Word, os professores estimulam a redação criativa dos alunos. As coisas estão bem diferentes do que eram no final dos anos 80, quando as aulas de informática começaram a ser introduzidas nas escolas. (...) A idéia, no começo do boom da informática no Brasil, era ensinar os alunos a usar o computador e suas ferramentas básicas. Hoje em dia, esse conceito se tornou obsoleto. (...)

O grande barato da nova escola é usar o computador como ferramenta de apoio ao aprendizado, sempre em sincronia com o projeto pedagógico da escola.

A tecnologia tem o seu papel se tiver propósito, especialmente se romper os limites dos livros, lousas e cadernos.

Agora usamos o PC como ferramenta de reforço e desenvolvimento, que estimula o raciocínio e habilidades para a vida”, afirma a educadora Regina Simões, responsável pelo Colégio Santa Maria. (...)

A internet também pode ser uma poderosa aliada no processo de aprendizado. Além de permitir o acesso instantâneo a uma infinidade de informações, a rede mundial também propicia a integração de alunos e professores de várias escolas do mundo.

A web não serve só para pesquisa, permite que os alunos publiquem seus trabalhos e repliquem o conhecimento, comunicando-se entre si”, diz a pesquisadora Silvia Fichmann, do Laboratório de Investigação de Novos Cenários de Aprendizagem da Escola do Futuro na USP. “Os professores ainda têm que melhorar. Eles devem saber orientar melhor os alunos sobre onde existe informação boa ou ruim na rede”, completa.

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