terça-feira, 26 de julho de 2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Soneto de Camões




Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê.



quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sou e ponto - Juliana Santos



Se arteira ou artista
não sei bem quem sou.



Se flor do campo lá na beira
percebida
ou não
nesse chão
tua brincadeira
imensidão...



Será que sou rima
ser que cativa
encanto
um sonho risonho
ou canto encantador?



Um exalar de alegria
frescor de saudade
aquela poesia
suavidade
ou o teu amor?



Ah! descrever-se é limitar-se...
Só sei que sou.
E ponto.

Ímpar ou ímpar - Paulo Leminski




Pouco rimo tanto com faz.
Rimo logo ando com quando,
mirando menos com mais.
Rimo, rimas, miras, rimos,
como se todos rimássemos,
como se todos nós ríssemos,
se amar (rimar) fosse fácil.

Vida, coisa pra ser dita,
como é fita este fado que me mata.
Mal o digo, já meu siso se conflita
com a cisma que, infinita, me dilata.



Este e outros poemas podem ser encontrados em: http://docecomoachuva.blogspot.com/ uma verdadeira fonte que transborda poesia e encantamento...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mariposas lilases - Roseana Murray




todas as doces pessoas que conheci
no meio-fio da vida
e que me escaparam das mãos
de uma maneira ou de outra
como um pássaro escapa
como um sopro escapa
de dentro dos ossos
voltem me enlacem me envolvam
me ajudem a suportar
o peso quieto das palavras
o rumor invisível das águias
por que se perderam de mim
essas doces pessoas?
tragam de volta seus rostos
como frutas de seda numa bandeja
como mariposas lilases

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mary Arapiraca, a rainha das palavras!

Hoje meu dia foi pura poesia...

Na foto, Mah, a Rainha e eu... lindas! :) 

Mesmo não fazendo parte da turma de Estágio 1 com a professora Mary Arapiraca, tal como uma formiguinha enxerida (risos) lá fui eu, assistir a primeira e, hoje, a última aula do semestre. Fui, pois, para completar o ciclo... como sugeriu Mah. E amei!

Esse momento, certamente, deveria constar neste espaço de construção do conhecimento que tem, por natureza, a suavidade da poesia.

Na aula com a Rainha passei por bosques, campos e jardins que exalavam alegria, luz, vigor e muita, muuuita poesia...

Com seu aprazível e cativante olhar, lá vem a Rainha a me dizer: "A vida não é aquilo que a gente viveu, mas é aquilo que a gente se lembra..." (Gabriel Garcia Marquez).

Como que em um transbordar da alma, a Rainha fez ainda ecoar os pensamentos de Saint-Exupéry, em Terra do Homens...

Ah! Rainha, como não fazer parte desse seu reino encantado...?

Quem é a Rainha e qual é o seu reino???
Logo explico: A Rainha é Mary e seu reino, as palavras.

Mah, obrigada pelo convite, pois já estava indo embora da facul!

Mary, agradeço o momento... Certamente, deste, sempre me lembrarei!