segunda-feira, 18 de abril de 2011

Cibercultura: do real ao virtual

O vídeo abaixo apresenta a cibercultura e as transformações que trazem
à baila a configuração de um mundo novo, uma cultura nova.



É fato evidente a grande transformação da arte e cultura contemporâneas provocadas pelos novos padrões comunicacionais. A arte, na pós-modernidade, estrutura-se no pastiche, ou seja, na apropriação do passado, reinventando-o. Com a chegada da era digital, as novas tecnologias vão trazer infinitas novas possibilidades para a reapropriação de estilos e a arte vai utilizar bastante da comunicação interativa e dos recursos de colagens de informação.
Os avanços tecnológicos seguiram a linha dos avanços sociais, haja vista que ambos se baseiam em influências mútuas. Dessa forma, na era digital, o mundo sofre um processo de desmaterialização, de virtualização. É o que acontece com a cibercultura que vai agregar os valores dessa civilização virtual, principalmente do fluxo de informações.
“Toda arte é um processo de virtualização, já que ela procura trazer ao sensível, problematizações do real e alargar os limites do possível. No contexto da arte eletrônica contemporânea, esse processo atinge uma radicalização sem precedentes, pois a arte continua a ser virtualização de uma virtualização, só que agora sob uma forma puramente digital, utilizando-se de uma tecnologia também virtualizante (digital)” . Esse é um fato muito interessante e primordial da ciber-arte, pois, com a digitalização do mundo, as relações entre objeto e imagem são radicalmente transformadas.
A grande mudança está no fato de que as imagens digitais não necessitam mais do objeto primordial. Elas são criadas a partir dos cálculos matemáticos que compõem a linguagem da informática. A relação entre o artista e o objeto torna-se abstrata e a arte simbólica e imaginária. Isso constitui, no entanto, o paradoxo de virtualizar o mundo, apesar de depender simbolicamente do meio físico.
Outra característica da ciber-arte está no uso da interatividade que advém da tensão entre o interagente e o seu reflexo que a obra de arte lhe devolve como experiência. São exemplos importantes da ciber-arte as esculturas virtuais, a arte halográfica e informática (com imagens, home pages, arte ASCII) e a vídeo-arte. A estética tecno toma conta na música com uma fusão de futurismo, minimalismo e ritmos com impulsos tribais; e no design com o uso expressivo de imagens digitais e 3D, paletas multicoloridas e vibrantes, efeitos de iluminação que lembram as festas raves e temáticas psicodélicas que remetem às capas de discos de rock progressivo.
A ciber-arte é o imaginário da cibercultura, utilizando-se da hibridização do ciberespaço e da realidade, além da interatividade dos novos meios de comunicação. O ciber-artista faz a colagem de informações (samplings) e a faz circular. Ele deixa de ser o pop-star da cultura de massa e se torna apenas um editor. O ciberespaço é o local propício para a disseminação da arte eletrônica por ser um espaço virtual que permite uma conexão e interação em tempo real.
A virtualização do mundo provocou as transformações dos hábitos cotidianos e é uma característica-base da vida contemporânea. Não se pode mais pensar o mundo sem a Internet e suas ferramentas. A cibercultura é a cultura transformada e adaptada a essas mudanças do mundo real. Mas claro, as raízes culturais não podem ser esquecidas, elas devem ser reapropriadas e reinseridas na nova realidade digital.

JUCÁ, Diego. Disponível em: http://walmarjuca.sites.uol.com.br/ Acesso em: 18 abr. 2011.
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=qBHPqKzlbMM&feature=related

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