terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A Condição Humana – Hannah Arendt


A partir deste semestre (2012.1) iniciarei nos estudos desta obra. Depois de muuuuuuuuuuuuito tempo de "abandono" do Pedafilôletras, não poderia me isentar desta partilha... O livro é um clássico do séc. XX, já havia lido dois capítulos anteriormente, percebi, com isso, que trata-se de um dos mais belos escritos de Hannah Arendt. Espero que esta postagem anime novos possíveis leitores! :)

Ao começar sua obra, “A condição humana”, Hannah Arendt alerta: condição humana não é a mesma coisa que natureza humana. A condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver. São condições que tendem a suprir a existência do homem. As condições variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o homem é parte. Nesse sentido todos os homens são condicionados, até mesmo aqueles que condicionam o comportamento de outros tornam-se condicionados pelo próprio movimento de condicionar. Sendo assim, somos condicionados por duas maneiras:
1.Pelos nossos próprios atos, aquilo que pensamos, nossos sentimentos, em suma os aspectos internos do condicionamento.
2.Pelo contexto histórico que vivemos, a cultura, os amigos, a família; são os elementos externos do condicionamento.
Hannah Arendt organiza, sistematiza, a condição humana em três aspectos:

•Labor
•Trabalho
•Ação

O “labor” é processo biológico necessário para a sobrevivência do indivíduo e da espécie humana. O “trabalho” é atividade de transformar coisas naturais em coisas artificias, por exemplo, retiramos madeira da árvore para construir casas, camas, armários, objetos em geral. É pertinente dizer,- ainda que sedo-, para a autora, o trabalho não é intrínseco, constitutivo, da espécie humana, em outras palavras, o trabalho não é a essência do homem. O trabalho é uma atividade que o homem impôs à sua própria espécie, ou seja, é o resultado de um processo cultural. O trabalho não é ontológico como imaginado por Marx. Por último a “ação”. A ação é a necessidade do homem em viver entre seus semelhantes, sua natureza é eminentemente social. O homem quando nasce precisa de cuidados, precisa aprender e apreender, para sobreviver. Qualquer criança recém nascida abandonada no mato morrerá em questão de horas. Por isso dizemos que assim como outros animais o homem é um animal doméstico, porque precisa aprender e apreender para sobreviver. A mesma coisa não acontece com aqueles animais que ao nascer já conseguem sobreviver por conta própria, sem ajuda. A qualidade da ação supõe seu caráter social ou como escreve Hannah, sua pluralidade.

 
Texto disponível em: <http://desenvolvimentoemquestao.wordpress.com/2010/01/18/a-condicao-humana-%E2%80%93-hannah-arendt/>

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